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Existe algo mais brega do que um rico roubando ? Algo mais chique do que um pobre honesto ?
Eu não tenho pena de quem faz esquemas contra a nação, contra o cidadão Eu tenho pena da mãe, do pai, que está agora no hospital público implorando por atendimento digno Tenho pena dos doentes que penam por exames e diagnósticos rápidos na rede pública de saúde Tenho pena das crianças que crescem abandonadas, por falta de creche, de escola, de professores bem pagos Tenho pena dos policiais e dos cidadãos alvejados pelo crime organizado e narcotráfico Tenho pena das crianças mortas por bala perdida Tenho pena de tanta coisa trágica, tudo resultante da corrupção endêmica, dos atos de propina em países, onde apesar de existirem riquezas, as leis propositalmente frágeis e a má fé de agentes da própria Justiça, negam ou relaxam a punição exemplar aos bandidos Isso sim é tristeza ... bandido não se entristece, na verdade, bandido se frustra por te sido pego
Eu sei, mas não devia
Eu sei, mas não devia (Marina Colasanti, escritora ítalo-brasileira) Eu sei que a gente se acostuma, m as não devia A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não seja as janelas ao redor E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora E porque não olha para fora logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas E porque não abre as cortinas logo se acostuma acender mais cedo a luz E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora A tomar café correndo porque está atrasado A ler jornal no ônibus porque não pode perder tempo da viagem A comer sanduíche porque não dá pra almoçar A sair do trabalho porque já é noite A cochilar no ônibus porque está cansado A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja número
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